quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

2º Domingo da Quaresma- 4/3/2012; textos: Gênesis 22,1-2.9ª.10-13.15-18;
                                                                            Salmo 115 (116);
                                                                            Romanos 8, 31b-34;
                                                                            Marcos 9,2-10 (Transfiguração de Jesus).
Caríssimos irmãos e irmãs: Louvado seja N. S. J. Cristo! Neste 2º domingo da Q. somos convidados, no caminho que nos leva à Páscoa da Ressurreição de Jesus e nossa também, a ouvir a voz do Pai do Céu nos convidando a ouvir o ensinamento do Filho: “Escutai o que Ele diz!” S. Marcos colocou a narrativa da Transfiguração no centro do seu evangelho porque, precisamente, quer responder à pergunta sobre quem é Jesus? (cf. Mc 1,27; 4,41; 6,2-8); já refletimos sobre isso no domingo passado. Aos poucos, o povo vai descobrindo quem é Jesus; que Ele é o Messias. Mas não um Messias milagreiro, rei glorioso, vencedor, rico, poderoso, capaz de mudar rapidamente a condição da humanidade e fazer acontecer num rito mágico a presença do Reino de Deus. Essa foi a falsa idéia de Pedro, na montanha; Pedro acreditava que o Reino pudesse acontecer sem a doação de vida, sem os sacrifícios, sem a morte e a entrega de vida. Jesus levou os três discípulos a uma alta montanha (lugar simbólico da presença da glória de Deus) e aí “deu uma amostra grátis”, na Transfiguração da visão antecipada do Reino glorioso. Mas depois os convidou a descer a montanha e prosseguir numa caminhada de luta que passaria necessariamente pela entrega de sua vida na cruz. Hoje também ao nosso redor, tantas coisas mexem com nosso coração e desafiam a nossa fé. Milhões de crianças abandonadas, tantos jovens entregues às drogas (o Brasil é o 2º maior mercado de cocaína das Américas, com cerca de 870 mil usuários adultos. 2,6% da população (dados de 2005 ainda) consomem maconha e haxixe. O crack poderá tirar a vida de, pelo menos, 25 mil jovens por ano, no Brasil. Ultimamente, há notícias que indicam a rápida difusão de uma nova devastadora droga, o oxi, uma droga mais barata e de conseqüências ainda mais danosas para os usuários que o terrível crack” (cf. Texto Base da CF-2012, nn. 87-89).
O que essa situação tem a ver com nossa preparação para a festa da Páscoa e com o evangelho da Transfiguração de Jesus? O Projeto do Brasil na Missão Continental, a Campanha da Fraternidade e as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil querem inspirar uma ação fraterna, solidária e profética para mudar ou transfigurar em Cristo essa triste e dura realidade.
Com o sofrimento e o grito dos pobres, nos aproximamos hoje da comunidade reunida e nos colocamos em oração diante do Senhor, trazendo nos lábios uma súplica: “Lembrai-vos, Senhor, de vossa misericórdia e de vosso amor, pois são eternos. Nossos inimigos (a fome, a injustiça, a violência, a acomodação, o egoísmo) não triunfem sobre nós: Libertai-nos, ó Deus, de toda angústia”. Amém.
Obs.: na homilia falada, ajustaria melhor o transfundo do discurso, contextualizando melhor as coisas, estabelecendo o vínculo intrínseco com a Eucaristia, etc.
- Pe. Celso Nilo Luchi, CR.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012


1º domingo da quaresma – Ano B – S. Marcos: cap. 1,12-15:
VOLTAR À FIDELIDADE DA ALIANÇA COM DEUS
Quaresma, tempo preparatório da Páscoa! Trata-se de focalizar com mais intensidade nossa busca de identidade cristã; numa palavra: conversão! O evangelho de Marcos apresenta as tentações pelas quais Jesus teve que passar, ou seja, o evangelista nos mostra que o próprio Jesus teve que fazer escolhas, durante toda sua vida aqui na terra. É precisamente este o significado do número simbólico de “40 dias”. E no deserto: figura bíblica que expressa o mundo no qual nos é dado viver. Assim como entendeu o autor da Salve Rainha: “gemendo e chorando neste vale de lágrimas”, ou “degredados filhos de Eva”... Enfim a vida neste mundo vista como se fosse num deserto. É aí que devemos lutar no dia-a-dia: nada de uma religiosidade escapista de quem fica só olhando pras nuvens o tempo todo, esperando algum milagre que não acontece nunca. Deus nos deu os meios certos para conquistarmos os bens, sejam eles materiais ou espirituais. Pois sua graça não nos isenta do nosso trabalho e esforço: “comereis o pão com o suor do teu rosto”, já dizia o autor do Gênesis, há tanto tempo que ele já havia compreendido... o maná-pão caiu só uma vez do céu porque  Deus teve compaixão do povo que desanimava por tanto sofrimento na escravidão e na travessia do deserto, que exatamente exprime a luta para “fugir” da escravidão, de tantos males... e por demais assediados pelos inimigos... Mesmo assim há quem interprete essa passagem bíblica dizendo que as coisas aconteceram de outro jeito: uma camada espessa de resina etc. que encontraram e que o autor sagrado interpretou como sendo mandado do céu... É claro que tudo o que acontece se interpretado à luz da fé, é visto como saído das mãos de Deus! Mas voltando ao ponto central da mensagem quaresmal: conversão é voltar à fidelidade da aliança. De fato a ênfase do trecho do gênesis lido neste domingo é o tema da aliança: senão, vejamos: “vou estabelecer minha aliança”, “estabeleço minha aliança”, “este é o sinal da aliança”, ou seja, o arco-íris, “ponho meu arco nas nuvens como sinal da aliança”, “então eu me lembrarei de minha aliança...”. De fato, o pecado é uma ruptura, por parte do ser humano, da aliança estabelecida por Deus! O belo é que Deus promete fidelidade: Ele jamais rompe o trato! Então a nossa esperança é re-atar a aliança com Deus reassumindo as cláusulas do contrato! No dia em que toda a humanidade for fiel à aliança haverá paz com todas as consequências belas, verdadeiras e boas que compõe as promessas messiânicas: a verdade vai reinar, haverá justiça, igualdade, amor, harmonia em toda a criação, saúde para todos, etc. (como sonhou o profeta Isaías, cap. 65,25: o lobo e o cordeiro pastando juntos, o menino brincando com a víbora... etc. etc.) Jesus deu uma amostra grátis disso, pois são Marcos o apresenta no deserto, convivendo com os animais selvagens sem sofrer nenhum dano, e sendo servido pelos anjos. O primeiro Anúncio que Ele fez, conforme S. Marcos, foi lá na Galileia, pregando o evangelho de Deus e dizendo: “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!” Neste tempo especial da quaresma, reservemos um tempo para a oração pessoal e em família; procuremos realizar mais obras de caridade, indo ao encontro dos outros para prestar-lhes alguma forma de ajuda em suas necessidades; visitando os doentes e confortando-os com uma presença amiga; uma palavra da escritura sagrada, uma oração junto aos leitos, etc. levando algum remédio, etc. tudo assim será a forma atualizada de praticar nossa esmola; não esqueçamos do jejum nos dias prescritos, etc.
- Louvado seja nosso senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado!
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Obs.: na homilia há que se arranjar um jeito de incluir o tema da CF-2012. A fraternidade e a Saúde Pública, com o lema: Que a saúde se difunda sobre a terra (Eclesiástico 38,8). Mas primeiro é necessário estudar o texto-base; e o aprofundamento deste não se fará nas homilias e sim, nos grupos de reflexão bíblica, bem como nos encontros de catequese.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Breve exortação sobre o jejum quaresmal:
Trata-se de uma prática antiga de penitência; hoje, quase esquecida e realizada de maneira diversa.
Em todos os percursos espirituais o jejum se refere à essência da vida e indica-nos a sobriedade como um caminho privilegiado.
Nas sociedades humanas da opulência, dos obesos em excesso, o jejum indica que a vida é efêmera, passa muito de pressa! De fato, a falta desta perspectiva, está a nos indicar falsas exigências no uso da comida e dos bens. Por isso se paga alto custo pela preguiça ou pela cobiça e ganância, também na alimentação. Esta quando é excessiva ou desordenada traz sérias consequências para a saúde. Tantas vezes se requer um alimento bonito, cheiroso, mas pobre de nutrientes e inultilmente sofisticado.
A quaresma, que se inicia com a quarta-feira de cinzas, amanhã, portanto, não nos concede nada à nossa sensibilidade pós-moderna e pós-cristã! Isso porque ela apenas pretende ser o antigo sinal da essencialidade e da gratidão!
Eis aqui algumas modalidades possíveis para esta prática:
1)      Devemos assumir uma só refeição ao dia, ou um pequeno lanche (o uso mais frequente atualmente).
2)      Não comer nada o dia inteiro, a não ser alguma coisa antes de se deitar à noite.
3)      Alimentar-se com pão e água, na sexta-feira (ou noutro dia, ou em vários dias da semana). É bom lembrar que os enfermos, os idosos e os trabalhadores braçais fazem excessão a isso!...
O importante é que tudo seja realizado com discrição e pudor... ou seja, que seja verdadeiramente espiritual.
E referente às coisas espirituais...: não devemos pensar que o jejum seja coisa só alimentar! Da comida, da matéria, das coisas esternas, se vai sempre às materialidades do espírito, da pessoa, às realidades íntimas! As coisas do espírito são sempre e tremendamente concretas!
Deus não nos pede – e nenhuma criatura humana quer – terra...; mas o coração das coisas e da própria vida: a Relação!
Se o meu jejum não me coloca em relação com a verdade do homem que sou, com os outros homens, com Deus, então não serve para nada!
De fato, alimentar-se, neste período, de pão e água é um potente chamado em primeiro lugar à essencialidade da vida, àquilo que é fundamental e não supérfluo para a existência humana; mas é também o encontro, como mais próximo, com os elementos da terra, o pão e a água.
Também este gesto do jejuar, associado à Caridade, à misericórdia, à leitura devota da Palavra de Deus, à liturgia, elementos todos úteis e necessários para um frutuoso caminho quaresmal, é que nos re-aproxima Àquele que é Caminho, Verdade e Vida!
Jesus é o “Pão da vida” (João 6) e o Espírito Santo é “a água que nos faz renascer do Alto” (João 3): eis o verdadeiro alimento da alma, veiculado pelo sinal material...: como se fosse a matéria a indicar à alma o caminho do Céu.
- Bom tempo de quaresma/penitência/conversão!
Pe. Celso Nilo Luchi, CR

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

7º domingo comum - Ev. Marcos 2,1-12

7º domingo comum – ano B – evangelho de s. Marcos (cap. 2, 1-12):
Cura do paralítico: os judeus acreditavam que as doenças fossem castigos divinos por causa do pecado. Então quando aqueles quatro homens carregaram um paralítico até Jesus; tiveram que enfrentar dificuldades, por exemplo, a multidão curiosa que impedia a passagem; deram a volta levantaram o doente até o terraço e o fizeram descer por uma corda até o meio da casa onde Jesus se encontrava...  Jesus foi logo dizendo: “Filho, os teus pecados estão perdoados”, provocando a ira dos fariseus que achavam que só Deus pudesse perdoar pecados... acontece que Jesus veio trazer-nos o perdão, mas condicionou-o para recebê-lo a que perdoássemos também nós o nosso semelhante. A comunidade de Jesus deve ser o lugar do perdão fraterno também. Quando nos ensinou a oração do pai-nosso, ensinou que pedíssemos o perdão do Pai na medida em que perdoássemos os irmãos: esta foi a condição do pedido, para que a oração fosse justa! Ou seja, quem pede o perdão de Deus, mas não perdoa o próximo está fazendo uma oração errada. Aquele homem, seus quatro amigos e a multidão devem ter ficado muito surpresos com a palavra de Jesus! Pois eles buscavam milagres. E Jesus dispara com uma palavra de perdão. Parece que Jesus com isso quisesse provocar, os fariseus, em primeiro lugar... a fim de que mudassem aquela mentalidade errada; e sobretudo tivessem compaixão dos doentes. Enquanto Jesus veio para que “todos tivéssemos vida e vida plena” (João 10,10); os fariseus permaneciam ancorados na prática do legalismo estéril, incapaz de gerar vida pra quem quer que fosse... Depois, porém, de perdoar o pecado daquele homem, Jesus comovido com sua situação também o restaura na plena saúde física! Depois disso, temos uma sequência de fatos: o homem curado se esquece de agradecer: que lástima! A multidão se extasia! Os fariseus como sempre ficaram tristes! Que pena! Esses nunca estão contentes; sua inveja impede de ver as maravilhas operadas por Jesus! E nós? Compete-nos procurar sempre o perdão, na comunidade, e dar o perdão também, sempre. Agradecer sempre. E sobretudo ajudar os outros sempre. Não ficarmos esperando milagres, como vimos no último domingo: se a missão de Jesus fosse a de fazer milagres teria fracassado, pois foi um reduzido número de milagres diante de uma demanda tão grande de curas... mas Ele como afirmou veio anunciar e instaurar o Reino de Deus, em primeiro lugar; ensinou-nos também que devemos ser solidários e partilhar nossos bens; que assim através da fé também nós faríamos milagres até maiores que os seus (cf. João 14,12). No dia em que a humanidade conseguir ser todo mundo solidário... e quando a dor dos nossos irmãos tocar nosso coração também, então vamos mudar este estado de coisas: fila de SUS, médicos, às vezes, incompetentes e gananciosos, etc. Enquanto isso não acontece, vamos sonhar e vamos fazendo nossa parte. Que a graça e a misericórdia de Deus nos conforte a todos! – Louvado seja n.s. Jesus Cristo! Amém.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

6º DOMINGO COMUM: Caríssimos irmãos e irmãs: o evangelista São Marcos escreveu um evangelho com o objetivo principal de revelar quem é Jesus. Para isso lançou mão dos milagres. No entanto, como vimos no domingo passado, após a cura da sogra de Pedro e outros inúmero milagres de cura... Jesus se retirou para um lugar deserto a fim de permanecer em oração. Quando os discípulos foram procurá-lo Ele disse: devo ir a outros povoados e aldeias da vizinhança a fim de pregar a boa notícia da salvação, pois foi para isso que eu vim. Portanto,Jesus não veio para fazer milagres, para alcançar seu objetivo utilizou-se dos milagres também. Por outras palavras o milagre par Jesus é um meio e não um fim. Caso o milagre fosse um fim, Jesus teria falhado em sua missão, porque fez um reduzido número de milagres comparados com os necessitados; os doentes aumentam mais e mais! Hoje, São Marcos focaliza para nós a questão das pessoas excluídas do convívio social porque sofriam do terrível mal da lepra. Naquela época, acreditava-se que a lepra bem como toda doença fosse um castigo divino por causa dos pecados. No entanto, já havia gente questionando essa mentalidade; basta ler o livro de Jó para verificar isso. No último domingo lemos um trechinho do livro de Jó: o autor então falava das aflições e angústias de Jó, que chegou ficar leproso, pesar de ter sido comprovado que era um homem justo e bom... por causa daquela mentalidade a lei era injusta e excluía os leprosos do convívio social, conforme vimos no trecho do Levítico que acabamos de ler (cap. 13). Caso alguém ficasse curado tinha que se apresentar a algum sacerdote e somente este podia re-integrá-lo no convívio social mediante um atestado.
É por isso que neste evangelho de hoje, Jesus manda o ex-leproso que ele curou apresentar-se ao sacerdote para receber um atestado de cura. Mas Jesus proíbe também que o leproso testemunhe sua cura porque isso trazia sérios problemas para Jesus: por outras palavras o leproso-excluído, de acordo com alei, devia permanecer assim, ou seja, um excluído, sempre excluído! Desse modo o evangelho mostra Jesus “subvertendo” a ordem das coisas. Mas vejam: antes quem ficava fora nos lugares desertos era o leproso; agora depois que este desobedeceu à ordem de Jesus e contou sua cura, é o próprio Jesus que se vê obrigado a ficar fora das cidades e aldeias e andar por lugares desertos: quer dizer Jesus assumiu o lugar do leproso! É como diz o profeta Isaías: Ele assumiu nossas dores (cap. 53, 4). Se quisermos ser fieis e discípulos verdadeiros de Jesus já sabemos o que devemos fazer... como o apóstolo S. Paulo, sejamos um exemplo vivo para os outros, como afirma: “Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo”. Devemos  nos empenhar, cada vez mais, para que tenhamos leis tanto civis quanto religiosas que de fato sirvam à vida e o ser humano. Que os “marginalizados” da nossa sociedade possam sentir na ação de nós cristãos um apoio e uma força para saírem de sua situação de exclusão. – Louvado seja n. s. Jesus CRisto!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Evangelho do 5° domingo comum

5º domingo comum: Caríssimos irmãos e irmãs: O apóstolo s. Paulo escreveu assim: “Se eu exercesse minha função de pregador por iniciativa própria, eu teria direito a salário. Mas, como a iniciativa não é minha, trata-se de um encargo que me foi confiado. Em que consiste, então, o meu salário? Em pregar o Evangelho, oferecendo-o de graça, sem usar os direitos que o  Evangelho me dá” (1ª coríntios, cap. 9, 17 e 18). Muito ousado este apóstolo no dizer a verdade, profeticamente. É disso que nossa Igreja está necessitando: de pregadores ousados, que preguem a verdade e o façam gratuitamente, conforme  a palavra que diz: “recebeste de graça, daí de graça”. É vergonhoso, chegar numa igreja para a santa missa, e o próprio padre funcionar como um mercador, além do sagrado com suas taxas ainda em vigor, mesmo que o dízimo esteja funcionando e muito bem... dispara com aqueles anúncios de rifas, bingos, barracas de pastéis e sei lá o que mais que inventam para angariar “fundos” que nunca se preenchem!... É urgente o resgate da gratuidade: nossa Igreja não pode amoldar-se ao esquema do mundo, aonde as coisas funcionam só na base do dinheiro; aí quem tem dinheiro consegue tudo... e os pobres permanecem à míngua, sem assistência ,sem cuidados!... O evangelho deste domingo mostra Jesus expulsando muitos demônios... mas existe um demônio muito difícil de expulsar: o demônio da ganância! Precisamos dizer para as pessoas, que às vezes se esquecem duma verdade fundamental de nossas vidas: quando morrermos não vamos levar dinheiro, nem jóias, nem contas bancárias, nem imóveis, nem nada de material! E como a vida é breve, então, necessitamos colocar nossa confiança em outros valores, precisamente aqueles valores que são eternos. Jó fez a terrível experiência de ter que ser despojado de suas riquezas; ele continuou fiel a Deus, para decepção do inimigo... mas Jó aprendeu uma grande lição (Jó 7, 1-4.6-7): a brevidade da vida e fugacidade da vida sobre a terra; bem como nossa precariedade e tantos sofrimentos. Aonde encontrar esperança? O salmista (salmo 146) afirma que só em Deus podemos encontrar conforto e esperança; “louvai a Deus, porque ele é bom e conforta os corações despedaçados, ele enfaixa suas feridas e as cura; o Senhor Deus é o amparo dos humildes, mas dobra até o chão os que são ímpios”. No evangelho deste domingo (Marcos 1,29-39), Jesus faz inúmeras curas de doentes e expulsa muitos demônios. Porém ainda hoje os demônios andam soltos. Um terrível demônio que escraviza as pessoas é o demônio da ganância: quanto mais ajunta mais quer ajuntar e guardar... sem nunca se acontentar e nem menos nunca partilhar...  Depois que Jesus saiu, de madrugada para orar num lugar deserto, os discípulos foram procurá-lo, dizendo que voltassem porque todos o procuravam... Jesus, porém, lhes responder: devo ir a outros lugares a fim de pregar também ali, pois foi para isso que eu vim, isto é, para pregar o evangelho da salvação/libertação; concluo que Jesus curava e expulsava demônios porque estava pregando o evangelho, ou seja, sem pregação da palavra de Deus não poderá haver nem cura, nem libertação. Não podemos buscar a cura, desligados do compromisso com o evangelho de Jesus, pois isso não vai funcionar. O motivo principal de Jesus é pregar o evangelho da Salvação!- Louvado seja n. s. Jesus Cristo!