terça-feira, 30 de outubro de 2012


DIA DOS FIÉIS DEFUNTOS OU FINADOS
Há pouco uma freira (dos Santos Anjos) me perguntou como compreendo a outra vida: mais precisamente o céu? Respondi (como se fosse possível responder a uma pergunta desta...) que compreendo o céu utilizando a metáfora do computador: vamos digitando e deletando os erros, mas tudo que for certo vamos salvando. No fim só vai permanecer o que for salvo; tudo o mais foi pro lixo, pois é imprestável.
As pessoas mais românticas e sensíveis podem dar asas à imaginação e “ver” suas imagens concebidas pelo grande desejo de felicidade... jardins maravilhosos, povoados de lindos passarinhos gorjeando sem cessar... fontes cristalinas de águas frescas, anjinhos esvoaçando ao redor de mesas fartas de frutas multicoloridas e tantas delícias... Lembro de frei Betto, quando foi meu orientador de estudos, que dizia imaginar o céu como uma mesa repleta de quindins e os anjinhos nus esvoaçando ao redor e servindo os convidados... que imagem linda e deliciosa!
O certo, no entanto, é que ninguém conseguirá transmitir com palavras humanas aquilo que nunca experimentou... ou se experimentou, como fizeram os místicos, na experiência da união mística da alma com Deus, também não vai conseguir exprimir tal experiência porque as palavras humanas são insuficientes. Tinha razão Santa Catarina de Sena quando exclamou: “Não, a linguagem humana não é capaz de descrevê-la!” No entanto, não deixaremos de discorrer sobre isso porque nossa curiosidade se aquieta um pouco quando falamos, nem que seja para fofocar... ora discorrer sobre a vida eterna é, para mim, “fazer uma espécie de fofoca sagrada e saudável”, pois falamos que cremos num Deus assim e assim e tal e qual... e nunca acertamos porque para ser Deus tem que escapar sempre das nossas conjeturas humanas. E acertamos com o evangelho anunciado por Jesus quando dizemos que Deus é Pai misericordioso e perdoador e paciente e acolhedor, que ama a todos com amor infinito e eterno.
É por isso que Santo Tomás de Aquino, S. João Evangelista e tantos outros santos e santas doutores da Igreja adquiriram a sabedoria na oração e discorreram e falaram sobre tanta maravilha de Deus, e no êxtase e na iluminação da mente mais que no estudo. “E, diz ainda Santa Catarina, se considerares um por um os santos doutores, todos eles revelaram tal luz, cada um a seu modo. Mas ser-te-ia impossível descrever o sentimento profundo, a suavidade inefável, a perfeita comunhão! É a isto que São Paulo se referia quando afirmava: “Os olhos não podem ver, nem os ouvidos escutar, nem a mente pensar quão grande prazer e que perfeição estão preparados, no final, para aquele que realmente me serve” (1ª coríntios 2,9).
E para concluir esta breve reflexão, diria que se permanecermos em comunhão com Deus, unidos no seu amor, e como o amor é eterno porque Deus é Amor, logo também ganharemos dimensões de eternidade: e isso é para nós a vida eterna com Deus, o Céu!
Celebremos  o dia dos fiéis defuntos, na esperança de que “um dia “quando de volta a casa paterna com o Pai os filhos se encontrarão”.
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR].

O QUE É UMA BOA MORTE?

Ninguém de nós deseja morrer. No entanto, mais cedo ou mais tarde na vida seremos tocados pela morte. Ela faz parte da nossa vida. Estudos demonstram que para nos despedirmos da vida com elegância e dignidade precisamos cuidar: 1) Alívio da dor e sintomas (sofrimento); 2) Evitar o prolongamento do morrer; 3) Manter um senso de controle (autonomia), em contexto de crescente vulnerabilidade; 4) Não se sentir um peso físico e emocional para os outros entes queridos; 5) Oportunidade de fortalecer e aprofundar o afeto com o familiares e amigos; 6) Necessidade de concluir coisas pendentes e inacabadas; 7) Confiança e confidência nos cuidadores; 8) Comunicação honesta; 10) Cuidado com a espiritualidade.
[Leo Pessini, camiliano; pessini@saocamilo-sp.br].

segunda-feira, 14 de maio de 2012

15.05.2012-TERÇA-FEIRA DA SEXTA SEMANA DA PÁSCOA:
Textos: At 16, 22-34/ Sl 137/ Jo 16, 5-11;
Caríssimos irmãos e irmãs: O papa João XXIII disse, certa vez, que o anseio feminino de libertação e o desejo de protagonismo das mulheres era um forte sinal dos tempos. Hoje são vários os sinais dos tempos que urgem uma solução, um posicionamento sério de nós, Igreja; precisamos ser uma alavanca que ajude os povos a remover os obstáculos no caminho da libertação plena; pois ainda são muitas as opressões que pesam sobre o povo pelo mundo afora: fome, doenças, falta de cuidado e assistência à infância, à juventude e aos anciãos desamparados, etc. A agressão ao ambiente, aos ecossistemas e à biosfera... são desafios que se não forem enfrentados põem em risco a vida humana no planeta.
Cada vez mais vozes se erguem denunciando essa calamidade... A história da nossa salvação mostra a inúmeras intervenções de Deus em favor do seu povo: não será agora que Ele vai nos abandonar. Como outrora libertou os hebreus da escravidão do Egito e conduziu com carinho seu povo pelo deserto até a Terra da Promissão, muito mais agora que Jesus morreu doando sua vida em resgate do seu povo, Ele fará muito mais portentos em nosso favor. Basta sermos fieis à Sua Aliança e Ele agirá em nosso favor livrando-nos de todo peso opressivo.
Paulo e Silas são mais um exemplo da intervenção libertadora daquele que é amor e misericórdia em favor dos seus filhos e filhas. Jesus ressuscitado foi para junto do Pai e de lá envia o Defensor, isto é, o Espírito Santo. Se o próprio Espírito Santo é nosso advogado, então, estamos seguros e não tem sentido nossas inquietações: seguremos “nas mãos de Deus e vamos em frente” pois nada poderá nos perturbar. Quem possui o Espírito de Deus já possui tudo e isso nos basta!
Tenhamos confiança em Deus e estejamos abertos aos sinais dos tempos; assim Deus se servirá de nós e nossa vida na fé será uma resposta autêntica aos desafios que o mundo de hoje nos propõe.
−Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR].

sábado, 12 de maio de 2012

6ºDOMINGO DA PÁSCOA; DIA COMERCIAL DAS MÃES
Textos: At 10, 25-26.34-35.44-48/ Sl 97/ Jo 15, 9-17;
A fonte verdadeira da caridade é Deus Pai. Em Deus percebemos a nossa identidade que é amar; São João Maria Vianney diria que "nossa vocação é amar". É aqui que reside a grande novidade do cristianismo, talvez, a única coisa em que Jesus foi inédito, ou seja, com o mandamento novo do amor e com tal exigência: amar até os inimigos! Se nós somos capazes de amar é na medida em que deixamos Jesus fazer o trabalho do amor em nós; pois se trata de um processo; a criança não é capaz de um amor oblativo, é um ser egoísta em alto grau que necessita de cuidados para progredir na vida; somente quando atinge a maturidade é que o ser humano está em grado de poder amar. Neste abençoado domingo, quando já caminhamos para o final do tempo pascal, vamos tomando consciência deste fato de alto significado. Pois o mundo com suas mazelas e maldades e malícias está diante dos nossos olhos mostrando sua incapacidade para o amor: por isso assistimos a um triste espetáculo de violências, mentiras, traições, competições, carências de todo tipo, corrupções, etc. porque Deus é deixado de lado e falta-lhe, então, o fundamento do amor que é exatamente o amor de Deus em nós. O próprio Jesus advertiu os discípulos quando disse que o mundo não conhece a Deus. A consequência disso é muito triste: o triste quadro das misérias humanas que infestam nosso velho mundo sem Deus!
Como nós queremos ser fiéis a Deus e ao mandato missionário de Jesus, então, não podemos ficar inertes, nem perdendo tempo com futilidades e brigando na comunidade por causa de picuinhas; hoje a liturgia traz leituras que dizem do auge da mensagem de Jesus e a sua síntese mais perfeita: precisamente seu mandamento do amor! Seja nossa vida espiritual pessoal, seja a vida em família, seja a vida cristã em comunidade, tudo parte deste princípio fundamental que é a prática do amor.
Que nossa celebração de hoje nos atraia de Jesus a graça do seu amor e da sua misericórdia fazendo de nós agentes do seu perdão, do seu amor e da sua misericórdia.
_ Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR].

sexta-feira, 11 de maio de 2012

12.05.2012: SÁBADO DA QUINTA SEMANA DA PÁSCOA:
Textos bíblicos: At 16,1-10/ Sl 99/ João 15, 18-21;
QUEM É FIEL AMA
Caríssimos irmãos e irmãs: Jesus adverte os discípulos acerca da rejeição que haveriam de sofrer por parte do mundo. Os que rejeitam a Jesus o fazem porque não conhecem o Pai de Jesus. A fé é um dom: uns o recebem, outros não... E o mistério permanece. No entanto, a comunidade cristã vai se fortalecendo cada vez mais pela Palavra de Deus anunciada. Quem acolhe a Palavra se fortalece e também fica mais forte aquele que a anuncia.
O evangelho sempre incomoda; percebe-se isso nas reações contrárias de quem não gosta da verdade. Mas é próprio da verdade questionar-nos acerca das nossas atitudes e ações. Os quem creem em Jesus não podem fugir do evangelho pois é ele quem nos dá o sentido da nossa vida.
Se temos consciência disso seguimos de cabeça erguida, pois não é surpresa saber que o mundo nos odeia porque não estamos de acordo com ele. Deus nos escolheu e nos separou do mundo, por isso o mundo nos odeia. Mas como diz o salmista (60,14): com Deus faremos proezas; e São Paulo recorda para o amigo Timóteo que “Deus não nos deu um espírito de medo, mas um espírito de força, de amor e de sobriedade” (cf. 2 Tm 1,7). Por isso seguimos tranquilos, porém atentos às ciladas do inimigo. Como estamos com Deus não precisamos temer nada. Deus é nosso escudo e nossa força!
Sim, o Senhor é bom e sua bondade perdura para sempre, seu amor é fiel eternamente!
− Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR].

quinta-feira, 10 de maio de 2012

11.05.2012-SEXTA-FEIRA DA QUINTA SEMANA DA PÁSCOA:
TEXTOS: At 15, 22-31/ Sl 56/ Jo 15, 12-17;

Caríssimos irmãos e irmãs: O amor que Jesus tem por nós faz dele o nosso grande amigo, pois Ele mesmo o reconheceu quando disse: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”. Mas nós só seremos amigos dele na medida em que cumprirmos seus mandamentos; sem obediência não pode haver amor. É interessante observarmos que entre os amigos a comunicação é fácil, simples e direta. Assim como simples foi a carta que a primitiva comunidade de Jerusalém dirigiu aos novos cristãos, recém-convertidos de Antioquia. Que lindo exemplo para nossa Igreja também hoje:
Diante de uma dificuldade, os Apóstolos reúnem a comunidade, discutem com o povo, ouvem o povo e resolvem escrever as decisões, ou seja, as coisas essenciais ou aquelas que realmente valem à pena; depois escolhem representantes do povo, pessoas especiais, querida por todos, como eram Silas e Judas; e os enviam até lá para levar a mensagem que realmente importa àquela comunidade irmã. O desfecho da questão não podia ser mais bonito: “A leitura da carta causou alegria, por causa do estímulo que trazia”.
Tantas vezes as divisões na Igreja são ocasionadas por questões acidentais. Quando focamos o essencial vemos que somos todos irmãos porque Jesus não se divide; ele morreu por todos; o batismo é um só e igual para todos; a Palavra dele é a mesma e igual para todos nós. Também o Espírito Santo é um só, aquele que nos anima.
Tantas vezes a Igreja perdeu tempo, inutilmente, com discussões que não levava a lugar nenhum...E só fizeram atrasar a chegada do Reino de Deus.
Agora é tempo de recuperarmos o tempo perdido!
Procuremos, sempre mais, as coisas do Alto, aquelas únicas que nos unem.
Sejamos gente madura e objetiva, que sabem aonde querem chegar. Assim a tarefa se torna mais fácil e mais seguro nosso caminhar.
− Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR].

quarta-feira, 2 de maio de 2012

03.05.2012: 5ª feira da 4ª semana da Páscoa:

Textos:+1 cor. 15, 1-8/ Sl 18/ Jo 14, 6-14;

SANTOS FILIPE E TIAGO, APÓSTOLOS
Caríssimos irmãos e irmãs: Hoje nós celebramos o mistério cristão da páscoa de Jesus, comemorando os santos apóstolos Tiago e Filipe.
Filipe ouviu o chamado de Cristo e respondeu prontamente e dedicou toda sua vida espalhando a mensagem de Cristo até o ponto de ser martirizado por esta causa. Filipe é citado algumas vezes na bíblia: Jo 1, 43-48; Jo 12, 20-22; Jo 14, 8-11.
O apóstolo Tiago de Alfeu, apelidado o Menor (Mc 15, 40) era parente de Jesus e foi chefe da comunidade eclesial de Jerusalém (cf. At 12, 17; 15, 13-21; Gl 1,19). Ele deixou-nos belíssimos ensinamentos, mas também muito ousados e talvez, por isso que a Igreja o deixou por muito tempo na penumbra: sobretudo porque em sua carta denuncia as injustiças dos ricos e a desigualdade social! Nestes tempos das teologias das libertações sua carta, finalmente, reencontrou seu lugar na Igreja, ainda que discretamente.
As palavras evangélicas que fundamentam o sacramento da unção dos enfermos são retiradas da sua carta, no capítulo 5 (Se alguém está enfermo, mande chamar os presbíteros da Igreja, etc.).
Estes dois apóstolos são comemorados numa só festa, porque segundo uma tradição, as relíquias deles foram colocadas sob o altar da basílica dos Doze Apóstolos em Roma, no dia da sua dedicação (1º de maio, cerca de 565).
Nós Igreja devemos ter gratidão para com estes apóstolos que plantaram a semente do evangelho de Cristo e o regaram com seu sangue, entre os “pagãos” e fizeram isso até o extremo de doar a própria vida. É por isso que celebramos com júbilo sua memória, bendizendo ao Senhor por eles e por todos aqueles que deram testemunho de Cristo com a própria vida.
− Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR}

terça-feira, 1 de maio de 2012

02.05.2012- TERÇA-FEIRA DA QUARTA SEMANA DA PÁSCOA:

Textos: At 12, 24-13, 5ª/ Salmo 66/ João 12, 44-50;
Caríssimos: A pregação da Palavra de Deus é um ministério de grande responsabilidade e gravidade também. Várias vezes diversos papas insistiram nisso, ou seja, na gravidade que encerra uma pregação do evangelho de Jesus Cristo, pois, somos tentados, às vezes, e tem gente que cai nessa tentação, de pregar a si mesmo e deixar o Cristo de lado...
São João, no evangelho de hoje, diz que Cristo pregava aquilo que ouviu do seu Pai do Céu. Que Ele é fiel a mensagem do Pai. O mandamento do Pai é vida eterna. Como Jesus quer nos salvar a todos, então, Ele prega fielmente os mandamentos do Pai.
Jesus disse também ser a imagem viva do Pai, “pois quem me vê, vê aquele que me enviou”. Convido a todos os meus irmãos e irmãs a ouvir a Palavra de Jesus para termos luz e vivermos sempre iluminados até à vida eterna entre os resplendores da luz que não se apaga. Jesus é o Sol que não tem ocaso!
Santo Atanásio, o bispo sábio que lutou contra a heresia dos arianos que negavam a divindade do Cristo e por isso ele foi perseguido até o fim da vida, mas sempre permaneceu firme e resistiu até o fim; chegou até mesmo a ser exilado por mais de 17 anos, mas conservou e difundiu integralmente a fé de Cristo e em Cristo, que ele, então, interceda por nossa Igreja a fim de que ela guarde com carinho o precioso dom da fé íntegra e pregue Jesus Cristo de maneira que seja fiel à sua Palavra. Amém!
- Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi,CR].

segunda-feira, 30 de abril de 2012

01.05.2012-TERÇA-FEIRA DA 4ª SEMANA DA PÁSCOA; FESTA DE SÃO JOSÉ OPERÁRIO
Textos: Cl. 3, 14-15.17.23-24/ Salmo 89/ Ev. De S. Mateus 13, 54-58;
Oração do dia: O Deus, criador do universo, que destes aos seres humanos a lei do trabalho, concedei-nos, pelo exemplo e proteção de São José, cumprir as nossas tarefas e alcançar os prêmios prometidos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Caríssimos irmãos e irmãs: Celebramos hoje a festa de S. José Operário. José é chamado, no evangelho, de “homem justo”. É o santo padroeiro dos operários e trabalhadores. A Igreja ao instituir esta festa quis pôr em evidência e chamar nossa atenção uma vez mais para a dignidade dos trabalhadores, pois o trabalho é fonte da dignidade humana e do desenvolvimento da pessoa. Certa vez, na comunidade de Tessalônica, o Apóstolo Paulo observando que havia gente preguiçosa e aproveitadora do alheio deu esta ordem: “Quem não quer trabalhar, também não há de comer”; esta chamada “regra de ouro do trabalho cristão” se encontra na 2ª carta aos tessalonicenses, capítulo 3 e versículo 10.
Com esta festa de hoje devemos também tomar consciência das injustiças e opressões do âmbito do trabalho. Prestemos nossa homenagem a São José e aos trabalhadores como convém àqueles que desejam construir um mundo novo, dignificando sempre mais a vida humana. E guardemos bem no coração a recomendação de S. Paulo:
Acima de tudo amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição.
− Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR}.
01.05.2012-TERÇA-FEIRA DA 4ª SEMANA DA PÁSCOA; FESTA DE SÃO JOSÉ OPERÁRIO
Textos: Cl. 3, 14-15.17.23-24/ Salmo 89/ Ev. De S. Mateus 13, 54-58;
Oração do dia: O Deus, criador do universo, que destes aos seres humanos a lei do trabalho, concedei-nos, pelo exemplo e proteção de São José, cumprir as nossas tarefas e alcançar os prêmios prometidos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Caríssimos irmãos e irmãs: Celebramos hoje a festa de S. José Operário. José é chamado, no evangelho, de “homem justo”. É o santo padroeiro dos operários e trabalhadores. A Igreja ao instituir esta festa quis pôr em evidência e chamar nossa atenção uma vez mais para a dignidade dos trabalhadores, pois o trabalho é fonte da dignidade humana e do desenvolvimento da pessoa. Certa vez, na comunidade de Tessalônica, o Apóstolo Paulo observando que havia gente preguiçosa e aproveitadora do alheio deu esta ordem: “Quem não quer trabalhar, também não há de comer”; esta chamada “regra de ouro do trabalho cristão” se encontra na 2ª carta aos tessalonicenses, capítulo 3 e versículo 10.
Com esta festa de hoje devemos também tomar consciência das injustiças e opressões do âmbito do trabalho. Prestemos nossa homenagem a São José e aos trabalhadores como convém àqueles que desejam construir um mundo novo, dignificando sempre mais a vida humana. E guardemos bem no coração a recomendação de S. Paulo:
Acima de tudo amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição.
− Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR}.

domingo, 29 de abril de 2012

30.04.2012-SEGUNDA-FEIRA DA 4ª SEMANA DA PÁSCOA:
TEXTOS: At 11, 1-18/ Sl 41/ Ev. De São João 10, 1-10;
Oração doa dia: Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído, enchei de santa alegria os vossos filhos e filhas que libertastes da escravidão do pecado e concedei-lhes a felicidade eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Caríssimos irmãos e irmãs: Os missionários cristãos da era moderna, tantas vezes quiseram impor aos povos colonizados costumes e ritos culturais de fora, mas o resultado foi negativo: é por isso que o cristianismo não vingou entre os índios e quase não vinga em várias outras regiões da terra...
Graças a Deus que ultimamente os missionários católicos tem se preparado melhor a fim de tentarem se inculturarem nos países aonde vão missionar...
A visão de Simão Pedro que este texto dos Atos dos Apóstolos nos narra mostra bem isso: que é preciso ter mente aberta, pois a fé deve ser esclarecida e levar-nos a uma abertura maior ao diferente; acolher a diferença cultural, eis o grande desafio! Até se costuma dizer nos cursos atuais de missiologia que quando o missionário chega, o Espírito Santo se antecipou e chegou primeiro, pois foi na frente... O nosso texto de hoje se encerra com a belíssima constatação dos fiéis de origem judaica, que louvando a Deus reconheceram que “também aos pagãos Deus concedeu a conversão que leva à vida!”
Ser missionário pra valer exige humildade para acolher o diferente, capacidade de escuta, paciência para dialogar sem nada impor e esperar os frutos que serão regados pela graça de Deus. O missionário deve lançar a semente e ter paciência e não esperar resultado imediato, porque Deus não tem pressa!
São João através de uma simples parábola nos apresenta Jesus como sendo a porta que dá acesso à vida verdadeira. Pois Jesus disse que veio para que todos tenham vida e a tenham em abundância. Que contraste com os ladrões que só veem para roubar, matar e destruir: esses são tantos a infestar o mundo...
Rezemos a fim de que nossa Igreja, fiel à sua missão, seja misericordiosa e acolhedora e atraia muitos para Jesus a fim de viverem livres e alcançar a salvação que só Ele pode dar. Rezemos também pelos vocacionados a fim de que sustentem na graça de Deus uma resposta firme, corajosa e generosa, indo até ao fundo do chamado de Deus. Amém. – Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
[ Pe. Celso Nilo Luchi,CR].

sábado, 28 de abril de 2012

29.04.2012: 3º DOMINGO DA PÁSCOA:
Textos: At 4, 8-12/ Sl 117/ São João 10, 11-18;
Caríssimos irmãos e irmãs: Celebramos hoje a festa de Jesus o Bom Pastor. Jesus se auto-apresentou como sendo o bom Pastor. Na bíblia são comuns as imagens de pastores de ovelhas, pois a criação de ovinos era bastante difundida na cultura e economia daqueles povos, que viviam ao redor do mediterrâneo: ainda hoje é assim. Aqui, no Brasil, a imagem e a ideia de pastor de ovelhas fica mais clara em regiões aonde se criam ovelhas, como no Rio Grande do Sul ou no Nordeste. Foi o profeta Ezequiel um dos que por primeiro aplicou a ideia de pastor aos chefes do povo (cap. 34). Os evangelhos, sobretudo João reinterpretando o tema aplicou-o a Jesus que teria dito ser Ele o bom pastor.
Em oposição aos reis de Israel, que quase todos procederam mal no governo do povo, conduzindo o povo à ruína, então Jesus se auto-revelou como aquele que cuida do seu rebanho com desvelo e carinho.  A parábola da ovelha desgarrada veio corroborar esse ensinamento: pois o bom pastor deixa as 99 ovelhas que permaneceram seguras no curral e vai em busca do resgate daquela única que se perdeu. Ele percorre os vales e montes e só descansa quando encontra a ovelha que se desgarrou.
Assim Jesus deixou claro para os discípulos de todos os tempos: “a mesma coisa que eu fiz façam vocês também”, ou seja cuidem do povo com zelo e carinho. Cada discípulo que atende à voz do Mestre-Bom Pastor vai se tornar por sua vez também ele um pequeno pastor no cuidado com o próximo: acolhendo-o e lhe prestando serviço e socorro em suas necessidades. Assim o ideal cristão é que toda Igreja seja pastoral. Sem pastoral a Igreja trai sua missão. Jesus disse também que “haverá um só rebanho e um só pastor”, pois “Ele é o único Pastor verdadeiro e Ele tem um só rebanho. A pertença a sua Igreja não se funda na raça, mas tão somente na escuta de sua voz, na obediência da fé”.
Se de fato nós queremos que Jesus seja nosso Bom Pastor precisamos cultivar a intimidade com Ele, através da escuta da sua palavra, da obediência aos seus mandamentos e alimentando-nos dos sacramentos que Ele nos deixou como canais da sua graça. Desse modo reconheceremos sua voz e lhe obedeceremos, pois “conhecer” é mais que um ato intelectual... é comunhão de vida... É fruto do convívio e do diálogo, e gera o amor,
Hoje também é o Dia Mundial de oração pelas vocações sacerdotais e religiosas. Isso porque Jesus disse ter outras ovelhas que não são desse rebanho, mas que é preciso conduzi-las também. E elas ouvirão a sua voz. É esse seu apelo de unidade que nos pede: um zelo apostólico para cativar outras ovelhas que ainda não descobriram o amor apaixonado do Bom Pastor... Em outra ocasião Jesus disse que rogássemos ao dono da messe para que mandasse operários... O papa Bento XVI ao tratar do tema As vocações, dom do amor de Deus, nos lembrou em sua mensagem, que a “abertura ao amor de Deus e como fruto desse amor, nascem e crescem todas as vocações”
Acolhamos o apelo do Papa e façamos já dessa celebração um momento forte de oração pelas vocações nas formas dos diversos serviços pastorais, inclusive aquele sacerdotal e conventual.
− Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR].

sexta-feira, 27 de abril de 2012

28.04.2012-SÁBADO DA TERCEIRA SEMANA DE PÁSCOA
Textos: At 9,31-42/ Salmo 115/ Ev. De São João 6,60-69;
Oração do dia: Ó Deus, que renovastes nas águas do batismo os que creem em vós, protegei os que renasceram no Cristo, para que vençam as ciladas do erro e permaneçam fiéis à vossa graça. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Caríssimos irmãos e irmãs:  Ontem vimos que Jesus falava sobre o Pão da Vida, que é Ele mesmo. Hoje continuando este discurso do pão Jesus põe os discípulos em “Xeque-mate”: depois que muitos o abandonavam por considerar seu discurso sobre o pão da vida e sobre o amor muito exigente, então Jesus disse para os discípulos: Vós também quereis ir embora? Simão Pedro foi o primeiro a responder: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”. E como Jesus falava frequentemente sobre a fé, agora os Doze lhe asseguram: “Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.
Os Doze compreenderam que somente em Jesus podiam encontrar a paz duradoura e a plena realização humana que todos esperam. Todos querem a felicidade e a paz. A Igreja das origens compreendeu que a paz se encontra no encontro com Deus. E que só em Deus a pessoa pode se realizar plenamente. E por isso que os Apóstolos seguiam realizando os prodígios que o Mestre realizara antes; porque o Espírito Santo estava com eles. E a cada dia o Senhor acrescentava mais o número dos fiéis porque como disse o autor dos Atos dos Apóstolos “muitos acreditaram no Senhor”.
A missão da Igreja hoje não pode ser diferente: na força do Espírito Santo anunciar Jesus e mostrar que só nele o mundo vai encontrar a Paz que tanto almeja e as pessoas vão se realizar plenamente como Filhos e Filhas de Deus.
− Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR].

quinta-feira, 26 de abril de 2012

26.04.2012-QUINTA-FEIRA DA 3ª SEMANA DA PÁSCOA DE JESUS:
Textos:  At 8, 26-40/ Sl 65/ Ev. De S. João 6, 44-51;
Caríssimos irmãos e irmãs: Poucos estão se recordando que hoje é aniversário da primeira missa celebrada no Brasil; foi naquele longínquo ano de 1500; o presidente daquela celebração foi um frade franciscano português, chamado Henrique Soares de Coimbra. E nesta quinta-feira pascal (terceira semana), o evangelista são João nos apresenta um trecho delicioso do seu capítulo 6: neste capítulo faz o chamado discurso do pão; aqui indiretamente fala da eucaristia.
Filipe movido pelo Espírito Santo catequiza o eunuco da Etiópia; anuncia-lhe Jesus: talvez, esse tenha sido o primeiro “cursinho” de preparação para o batismo, pois logo em seguida que Filipe lhe explicou o trecho do profeta Isaias o eunuco pediu para ser batizado. Um fato curioso é que o profeta Isaías naquele trecho que o eunuco estava lendo, fala de um personagem anônimo que, ou viveu cerca de 700 anos antes de Cristo, ou foi um personagem fictício. Depois o Novo Testamento reinterpretou desde Filipe até hoje como sendo a prefiguração do próprio Jesus. Trata-se de um personagem que ficou conhecido como o “Servo Sofredor”, ou o “Servo de Javé”; Isaías lhe dedicou quatro textos famosos, chamados de os “quatro cânticos do Servo de Javé”. Esses cantos se encontram nos capítulos 42, 49, 50 e 53 do livro de Isaías.
Voltemos ao evangelho de São João: ligado no discurso do pão, o evangelista fala da fé, pois disse: “Em verdade, em verdade vos digo, quem crê possui a vida eterna” (versículo 47). Este versículo é como um “ritornello” eu S. João vai repetindo ao longo do seu evangelho. Por isso o considero muito esclarecedor; por exemplo, quando a hierarquia da Igreja vive batendo nas teclas moralistas e apontando o dedo para a sociedade com inúmeras proibições (aborto, segundas uniões, etc.)... eu não tenho escrúpulos em dizer que está dando tiro n´água. Pois a sociedade se tornou pluralista, desde o esfacelamento da cristandade: nada adianta dizer para quem não tem fé que não pode praticar isso ou aquilo... Temos sim que orientar nosso “rebanho”; zelar e cuidar bem com os de casa. Os outros precisam sim ser conquistados pelo evangelho que não pode ficar parado e nem, calado; Evangelizar o mundo sim; acusar os outros e dizer o que pode ou não pode vejo apenas como uma falta de sentido. A hierarquia da Igreja sofreria no meu modesto modo de entender de miopia: continua vendo errado e achando que é dona da situação; falta-nos humildade e um maior empenho no testemunho de vida. Se nos empenhássemos mais em dar testemunho, evangelizando através da simplicidade e sem pretensões, a não ser a de fazer a vontade Deus, os resultados seriam muito maiores.
Jesus disse também que Ele é o pão vivo descido do Céu; que todo aquele que comer deste pão terá a vida eterna. Por isso que celebrar a Eucaristia com fé nos coloca na comunhão com Jesus; e quem tem comunhão de vida com Jesus está salvo. Tudo o que devemos fazer é anunciar Jesus levando nossos irmãos à conversão; mas para isso não podemos descuidar da nossa conversão também.
Celebremos a eucaristia, hoje, agradecendo também a Deus o trabalhão missionário daqueles nossos irmãos da era do descobrimento do Brasil. E que a Eucaristia que celebramos seja a fonte de vida e de redenção para todos nós e para nosso querido Brasil.
− Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
[ Pe. Celso Nilo Luchi,CR].

27.04.2012-SEXTA-FEIRA DA 3ª SEMANA DA PÁSCOA:
Caríssimos irmãos e irmãs: O trecho do livro dos Atos dos Apóstolos que lemos hoje narra-nos o famoso episódio do início da conversão/ressurreição do apóstolo São Paulo. Esse episódio passou à tradição da Igreja chamado de “a queda do cavalo”; supunha-se que ele estivesse montado. É por isso também que se costuma dizer que alguém “caiu do cavalo” quando esperava uma coisa e o resultado vem muito diferente; esperava e apostava algo numa direção e o resultado vem noutra direção...
A narrativa sobre isso foi feita por S. Lucas (autor desse livro): ele “decalca” Paulo sobre Jesus da seguinte maneira: assim como Jesus que morreu na cruz permaneceu três dias no sepulcro e depois ressurgiu, também Saulo depois da queda ficou três dias cego e sem comer e sem beber. Assim como Jesus ressuscitou também Saulo recuperou a visão e voltou a se alimentar. E foi em seguida batizado e começou imediatamente a pregar o evangelho, anunciando que Jesus é o Filho de Deus.
Foi transformado de Saulo em Paulo: pois toda vez, na bíblia, que alguém atende o chamado de Deus e recebe uma missão nova essa pessoa tem seu nome mudado. É por isso também que na vida religiosa, durante certo tempo, houve esse costume de receber outro nome quando se fazia a profissão de fé e se consagrava a Deus numa vida conventual. Foi o resgate da teologia do batismo que aboliu esse costume. Isso porque não existe maior consagração a Deus do que aquela do batismo.
O que aconteceu com o apóstolo Paulo não é apenas uma conversão, mas é sim, ressurreição. Pois encontrar com Cristo como ele encontrou significa adquirir vida nova. Também nós necessitamos cada um, ter e realisar o encontro decisivo com o Cristo. Só assim vamos ter vida eterna e salvação. Paulo se tornou o incansável missionário zeloso e fiel da Palavra, Boa Notícia da salvação encontrada em Cristo. Isso porque a Palavra de Deus toca profundamente a existência de quem a acolhe e nela descobre o Deus misericordioso comunicando-se conosco.
Assim como a vida nova de Paulo, também nós vamos compreender que Jesus é o amor do Pai encarnado em nossa história e em nossa vida, e que crer no Crucificado é ter a vida, pois: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”.
Jesus estava ensinando na Sinagoga de Cafarnaum quando disse que “Aquele que come este pão viverá para sempre”. Comer “este pão descido do céu” significa ter comunhão de vida com Jesus: ter os mesmos sentimentos de Jesus; viver como Ele viveu, amando, perdoando, servindo, abençoando, etc. Isso significa ajudar a construir o Reino de Deus.
− Louvando seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR].

terça-feira, 24 de abril de 2012

25.04.2012: SÃO MARCOS, EVANGELISTA – FESTA:
Textos dos dia : 1 Pedro 5, 5b-14/ Sl 88/ Marcos 16, 15-20:
Caríssimos irmãos e irmãs: Celebramos com alegria a vida de santidade de um dos quatro Evangelistas: São Marcos. Era judeu de origem e de uma família tão cristã que sempre acolheu aos primeiros cristãos em sua casa. Pois temos o testemunho de São Lucas que escreveu a seu respeito no livro doa Atos dos Apóstolos: "Ele se orientou e dirigiu-se para a casa de Maria, mãe de João, chamado Marcos; estava lá uma numerosíssima assembleia a orar” (Atos 12, 12).

A tradição nos leva a crer que na casa de São Marcos teria acontecido a Santa Ceia celebrada por Jesus, assim como o dia de Pentecostes, onde "inaugurou" a Igreja Católica. Encontramos na Bíblia que o santo de hoje acompanhou inicialmente São Barnabé e São Paulo em viagens apostólicas, e depois São Pedro em Roma. Seu evangelho depende da autoridade da pregação de S. Pedro, enquanto o evangelho de S. Lucas depende da pregação de S. Paulo.

São Marcos na Igreja primitiva fez um lindo trabalho missionário, que não teve fim diante da prisão e morte dos amigos São Pedro e São Paulo. Marcos serve aos colegas e amigos na prisão de Roma. Por isso, evangelizou no poder do Espírito Alexandria, Egito e Chipre, lugar onde fundou comunidades. Ficou conhecido principalmente por ter sido agraciado com o carisma da inspiração e vivência comunitária, que deram origem ao Evangelho querigmático de Jesus Cristo segundo Marcos: anúncio da Paixão, morte e Ressurreição de Jesus.
Hoje a crítica bíblica já não tem mais dúvida: foi São Marcos quem escreveu o primeiro evangelho. Os outros evangelistas escreveram, posteriormente, a partir de alguma fonte comum (hoje perdida, infelizmente, a chamada fonte Quelle), mas sob influência de Marcos também. É por isso que os três primeiros evangelhos são chamados de sinópticos: palavra grega que significa uma visão de conjunto, ou seja, se colocados os três em colunas paralelas, vamos observar a mesma estrutura redacional; seria uma “espécie de coluna vertebral literária” a sustentar os três; é claro que Marcos possui o texto mais “enxuto”, ou mais reduzido; não apresenta a riqueza de detalhes dos outros dois.
São algumas das principais características do seu evangelho, quanto à forma:
É o mais curto dos 4 evangelhos;
São Marcos procura, em seu evangelho, responder à pergunta: “Quem é Jesus”?
Destaca a traição de Judas e de Pedro;
Escreveu em grego, estando em Roma;
Escreveu, em torno do ano 64 da era cristã.
Celebremos a santa eucaristia, na Páscoa da Ressurreição de Jesus, nosso Senhor; mas prestemos, também, nossa homenagem ao querido evangelista São Marcos, que nos deixou escrito este evangelho de Jesus, fonte de inspiração e de vida para nossa salvação.
− Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR].

segunda-feira, 23 de abril de 2012

24.04.2012-TERÇA-FEIRA DA TERCEIRA SEMANA DE PÁSCOA:
Textos: At 7, 51-8,1a / Sl 30/ João 6, 30-35;
Jesus é o centro da nossa fé. Religião é uma coisa, fé é outra bem diferente. Embora as duas realidades podem se interpenetrar em alguns aspectos, uma bem que pode dispensar a outra. O que estou dizendo pode até parecer chocante, mas é mesmo assim. Senão vejamos: há pessoas que pagam dízimo, vão com frequência aos cultos, rezam terço e até o rosário, ou teem a devoção das 1.000 ave-marias! Andam à procura de novas devoções, como terços bizantinos, rezas fortes, etc. Mas seu compromisso com a causa do Reino de Deus é quase nulo: não se pode contar com essas pessoas pra nada mais que isso... pois elas acham que estão fazendo tudo. Mas a fé pouco ou nada tem a ver com isso.
Não faz muito tempo e o teólogo suíço Hans Küng foi punido pelo Vaticano devido sua postura crítica diante da maneira como o poder é exercido na Igreja; ele também preconizava um cristianismo puro, isento de tantos adereços: escreveu até mesmo um livro intitulado “O que deve permanecer na Igreja”...
O mártir Estevão era um homem cheio do Espírito Santo e por isso também iluminado: foi capaz de dizer a verdade e sustentá-la, tanto diante do povo quanto dos anciãos e doutores da Lei Judaica. E foi muito além, como o próprio Jesus, perdoou seus algozes e doou a própria vida. Isso se chama fidelidade à vocação cristã.
Acaba de sair uma biografia da mártir de nossos dias, Irmã Doroty Stang: também ela vivia na simplicidade no meio da selva, defendendo a vida. Não precisou de andar de hábito, nem carregar medalhas bonitas e preciosas e outros adereços. Mas sua fé a sustentou em sua entrega de vida a Deus no serviço do próximo!
É verdade, a religião tem muita coisa bonita; mas pode ser pouco perante às exigências do Reino de Deus, em certos momentos.
Jesus sabendo disso se ofereceu a nós como o Pão da vida, ou seja o alimento por excelência a nos sustentar na difícil caminhada rumo ao céu. Quem realmente tem o Cristo relativiza tudo o mais.
− Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR].
23.04.2012-2ª FEIRA DA 3ª SEMANA DA PÁSCOA:
CARÍSSIMOS IRMÃOS E IRMÃS: Sabemos que para o evangelista são João o pecado mais grave é a falta de fé em Jesus. Quem crê realmente não comete pecado segundo ele. Isso porque a fé em Jesus é libertadora. Como aquela multidão que procurava Jesus só para “encher a pança”, ainda hoje tem gente assim: quando tudo lhes vai bem, não se esforçam para obter o “alimento que permanece até a vida eterna”, e que só Ele pode nos dar. Depois de serem interpeladas por Jesus aquelas pessoas lhe perguntaram o que deviam fazer para realizar as obras de Deus. E a resposta de Jesus foi pronta: “a obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.
O livro dos Atos dos Apóstolos nos deixou registrado o extraordinário exemplo de Estevão, homem “cheio de graça e poder” e que por isso fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Sofreu por isso calúnias e foi perseguido e martirizado. Mas não foram capazes de calar sua sabedoria porque era movido pelo Espírito Santo e por Ele iluminado.
Escutemos a Palavra de Jesus; Ele que é nossa vida e redenção. Quando o amor é verdadeiro o discípulo é capaz até de doar sua vida no martírio, se for preciso. Pois o próprio Deus diz “aquele que é meu, é meu”. Que nossas comunidades sejam formadas por discípulos que realmente buscam o Mestre Jesus, e não como aquela multidão que buscava apenas o pão, mas não a pessoa de Jesus.
− Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR].

sábado, 21 de abril de 2012

22.04.2012-3º DOMINGO DA PÁSCOA DE JESUS:
Caríssimos irmãos e irmãs: São Pedro pregou aos judeus o arrependimento e a conversão para que eles obtivessem o perdão dos pecados. São João também fez o mesmo e afirmou que Jesus é nosso advogado junto ao Pai, toda vez que pecamos e recorremos a Ele. E diz que o critério para sabermos quem ama a Deus é observar se os mandamentos são respeitados e cumpridos; quem diz conhecer a Deus, sem guardar os seus mandamentos está mentindo. O amor de Deus é plenamente realizado naqueles que guardam a Sua Palavra.
São Lucas narra mais uma das aparições de Jesus Ressuscitado aos discípulos: mostra-lhes as marcas da crucificação e come peixe assado diante deles para que se tranquilizem ao constatarem ser Ele mesmo e não um fantasma. Depois lhes abre a inteligência para que compreendam as Escrituras e verifiquem tudo aquilo que já estava escrito sobre Ele. Por fim Jesus diz que em seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados para todas as nações iniciando essa obra por Jerusalém. E arremata dizendo que eles seriam as testemunhas desta obra. E a Igreja tendo recebido esta missão não cessa nunca de anunciar o nome de Jesus para o perdão dos pecados, através dos tempos, mundo afora.
Agora toca a nós que fomos chamados e convocados para participarmos deste “mutirão” imenso de evangelização; toca-nos sermos fieis na pregação do Evangelho de Jesus e na construção do Seu Reino de Justiça e de Paz. Nosso encontro pessoal e comunitário com Jesus ressuscitado através da Sua Palavra e da Eucaristia que celebramos deve transformar-nos em suas testemunhas vivas e qualificadas nesta obra: isso Ele nos pede para fazermos sempre sem esmorecimento; irmos pelo mundo afora e atingir a todos os povos; e nós não podemos desanimar e nem ficar com medo diante das enormes dificuldades que o mundo nos apresenta, pois Jesus mesmo prometeu estar sempre conosco na comunidade reunida e unida e no pão partilhado; seja o pão eucarístico seja o pão material no quotidiano da fome de tantos irmãos.
Nossa gratidão para com Jesus que nos libertou do pecado com sua paixão e morte e ressurreição exige que sejamos fiéis e gratos por seu imenso amor por nós.
Agora façamos nossos pedidos ao Pai Providente e misericordioso que nos deu Seu Filho para nos resgatar da escravidão do pecado e nos quer tanto bem. Depois façamos nossas ofertas, unindo-as à oferta do próprio Jesus que se entregou por nós na cruz e ficou escondido no pão do altar.
− Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR].

sexta-feira, 20 de abril de 2012

21.04.2012-SÁBADO DA SEGUNDA SEMANA DA PÁSCOA DE JESUS:
Textos: At. 6, 1-7/ Salmo 32/ João 6, 16-21;
Caríssimos irmãos e irmãs: Quando analisamos a estrutura da nossa Igreja Católica percebemos o quanto ela é complexa e como se afastou da simplicidade das origens. Vejamos a figura do diácono, por exemplo: na origem da Igreja o diaconato foi instituído para o serviço da caridade. Hoje os diáconos, após um longo período de sumiço, estão voltando, aos poucos, em muitas dioceses: são homens casados que após um curso de Teologia recebem o 1º grau do sacramento da Ordem; vestem túnica, nas celebrações litúrgicas; batizam, presidem as cerimônias de casamento; fazem funeral na igreja ou no cemitério, distribuem a eucaristia; e quando o bispo está presente, estão sempre colados nele. Usam a estola (faixa) transversa, mais para mostrar que a diferença dos padres é que estão num grau inferior na escala hierárquica. Mas sua atuação é como se fosse um padre pela metade: pode pregar a Palavra de Deus, mas não podem consagrar a eucaristia.
A pergunta que faço é esta: cadê o papel original de organizar o serviço solidário da caridade dentro das comunidades?
Neste trecho lido hoje do livro dos Atos dos Apóstolos, notamos como a Igreja crescia rapidamente no tempo da era apostólica!
São João escreve utilizando-se de uma simbologia muito forte. Aqui neste trecho do seu evangelho proclamado hoje, quer nos ensinar aquilo que a própria bíblia afirmara antes, quando disse certa vez: “Com Deus faremos proezas”! Com a fé e a confiança depositadas em Jesus venceremos todas as dificuldades, pois sua graça nos é garantida. Jesus que domina o mar agitado (símbolo do mundo como domínio do pecado e das maldades e violências) e também caminha sobre as águas, nos diz para termos coragem: “Sou eu. Não tenhais medo!”
− Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR].
20.04.2012-SEXTA-FEIRA DA SEGUNDA SEMANA DA PÁSCOA DE JESUS
Caríssimos irmãos e irmãs: A prudência é uma das quatro virtudes cardeais, ou seja, aquelas que se constituem com o um cardo, isto é, uma dobradiça, em torno da qual giram nossas decisões humanas. É sobre esta Prudência que Jesus fala no Evangelho: «Eis que vos mando como ovelhas no meio de lobos”. Sede, pois, prudentes como a serpente e simples como as pombas.» (S. Mat. X, 16) e também: «Quem julgas que é o servo fiel e prudente, a quem o seu senhor constituiu sobre a sua família, para lhe distribuir de comer a tempo?» (S. Mat. XXIV, 45).
Aqui, neste trecho do livro dos Atos dos Apóstolos proclamado hoje, encontramos um santo fariseu, chamado Gamaliel; homem prudente e estimado pelo povo. Assim vemos que a tradição da Igreja não foi sempre justa com os fariseus. Gamaliel, era um homem bom e prudente; a mesma coisa se diga para Natanael e José de Arimatéia, aquele que gastou uma fortuna para embalsamar o corpo de Jesus. Todos eles eram fariseus; e certamente, havia outros fariseus santos. Foi graças à prudência de Gamaliel que o Sinédrio deixou em paz os apóstolos.
São João narra de maneira simbólica esta multiplicação dos pães. As lições que tiramos deste evangelho hodierno são: a solidariedade, a organização do povo e a partilha e o cuidado com as pessoas necessitadas: tudo isso somado faz com que o milagre aconteça. No evangelho de São Mateus, capítulo 14 e versículo 16, Jesus disse aos apóstolos diante da multidão faminta: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Isso significa que Jesus não sempre esteve disposto ao milagre, mas pediu aos apóstolos que eles mesmos dessem alimento ao povo faminto. Uma triste notícia, no telejornal de ontem, dava conta de que uma carga apreendida de ovos seria destruída devido à ilegalidade; mas a polícia não poderia direcionar todo esse alimento para albergues, asilos, orfanatos, hospitais? Poderia se a “lógica” do capital permitisse! Mas como a lei é, às vezes, cega… Jesus pede aos apóstolos que organizem o povo de Deus, partilhem os bens que cada um traz e faça o milagre acontecer!
Tem gente que só fica esperando milagres, mas não é capaz de se mexer, de fazer aquilo que está ao seu alcance fazer. Não ouviu ainda Jesus dizer que “fareis coisas maiores do que eu fiz, pois volto para o Pai”. É como se Jesus dissesse que de junto do Pai enviaria uma força, ou seja, o Espírito; isso por um lado; do outro, qu7e agora o trabalho e a missão é conosco; como se dissesse em bom português: já fiz minha parte; agora toca a vocês fazerem a sua parte!
−Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR].

quarta-feira, 18 de abril de 2012

19.04.2012-QUINTA-FEIRA DA SEGUNDA SEMANA DA PÁSCOA DE JESUS:
TEXTOS: Atos dos apóstolos 5, 27-33/ Salmo 33/ Ev. De s. João 3, 31-36;
Caríssimos irmãos e irmãs: è Zezinho tem uma linda canção que diz assim: “Ele tem o mundo em suas mãos; Ele é meu Deus e nosso Deus”. Parece ter sido inspirada neste trecho tão bonito de S. João no qual lemos que “O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão” (3, 35). Quando depositamos nossa confiança em Jesus estamos seguros porque Ele tem todo o poder e controle da situação de nossas vidas e do mundo todo. Volta e meia precisamos dar uma parada em nossas atividades e fazer um balanço de nossa vida: devemos verificar periodicamente se estamos sendo capazes de nos desapegar das coisas terrenas e nos apegar mais às coisas do céu. S. João também afirma: “Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele” (Jo 3,35).
S. Lucas, neste texto dos Atos dos Apóstolos lido hoje, nos recorda da obediência que devemos prestar somente a Deus. Quando os apóstolos foram ameaçados por pregar a doutrina de Cristo, eles corajosamente responderam ao sumo-sacerdote “É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens”. A coragem eu eles tiveram para testemunhar a ressurreição/exaltação de Jesus lhes foi dada pelo Espírito Santo recebido precisamente por terem obedecido a Deus.
Hoje é o dia dos indígenas: recordemos em nossas orações destes nossos irmãos que ainda sofrem exclusão e abandono precisamente por nossa “civilização branca” que os colonizou e explorou; empenhemo-nos para que estes nossos irmãos sejam amados e respeitados. Celebrar bem nossa páscoa significa também nosso emprenho nesta causa.
Santo do dia:  Santo Expedito:
Santo Expedito era soldado do Império Romano. Viveu no século IV, tempo das perseguições sangrentas contra os cristãos. Morreu martirizado.
É o socorro nas causas urgentes. Quem tem pressa na solução de seus problemas, recorre a ele. Expedito significa “rápido”. Alguns acham que o nome vem do oficio que ele tinha, pois era encarregado de agilizar os processos.
O que é que ele segura na mão direita? Uma cruz onde se lê “hodie” = Hoje. O que faz o pé direito? Está pisando no demônio que repete sempre cras = amanhã.

Qual o significado destas duas palavras latinas cras e hodie?
O Santo está insistindo para que a gente se converta hoje ainda “hodie”. Mas o demônio contesta atrevidamente o santo, gritando “cras” como um corvo: Deixem a conversão para amanhã.
 Nosso conselho: Não deixe sua conversão para amanhã, porque pode ser tarde.
- Santo Expedito rogai por nós.
 − Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR].

terça-feira, 17 de abril de 2012

18.04.2012-Quarta-feira da 2ª semana da Páscoa de Jesus:
Textos: Atos dos apóstolos 5, 17-26/ Salmo 33/ Ev. De s. João 3,16-21;

Caríssimos irmãos e irmãs: A liturgia desta quarta-feira da segunda semana da Páscoa nos mostra a força libertadora que tem a Palavra de Deus: a Palavra não pode ficar aprisionada, pois os próprios anjos de Deus podem intervir a qualquer momento para libertar os apóstolos de Jesus de hoje, como fizeram no passado, neste episódio que nos é relatado por São Lucas no livro dos Atos dos apóstolos; isso pode acontecer a qualquer momento para aqueles que creem e suplicam a Deus por sua providência amorosa.
É uma grande ilusão a força bruta dos grandes deste mundo> mas na fraqueza dos pobres e pequenos que clamam a Deus e a Ele se confiam Ele exerce sua força!
O Povo de Deus ainda precisa aprender a se organizar melhor para conquistar seus direitos, como fazia o povo da Bíblia, no tempo de Moisés e outros profetas que viviam organizando grandes assembleias populares, que são relatadas nos livros do Deuteronômio, do Êxodo, de Josué, e outros. Nada vai adiantar viver reclamando da falta de segurança, de saúde, de educação, etc. sem a organização popular nada vai ser resolvido.
O evangelista São João nos diz que o amor de Deus por nós é imenso, infinito e eterno! Mas o evangelista nos aponta também a necessidade de fazermos nossa aproximação da luz de Deus. Pois “quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus”
Porém, nosso mundo é um mundo de mentira, por isso falta-nos a luz de Deus. Ao celebrarmos, na fé, a Páscoas de Jesus, somos reforçados na luta por mais vida e liberdade e assim vamos celebrar nossa páscoa também, ou seja, nossa passagem de uma situação de menos vida para uma situação nova de mais vida e vida com Deus.
Santo do dia:  São Galdino
Galdino nasceu em 1096 e cresceu em Milão,  no início do século XII, e ali também se tornou religioso, passando logo a auxiliar diretamente o arcebispo Oberto de Pirovano. Juntos enfrentaram um inimigo pesado, o antipapa Vitor IV, que, apoiado pelo imperador Frederico, o Barbaroxa, oprimia violentamente para dominar o mundo. Depois da morte de Oberto, o papa nomeou Galdino para seu sucessor como bispo de Milão. Isso ocorreu em 1166.
Galdino fez um bom governo à frente de sua diocese. Era praticante da caridade. Pregava contra os hereges, convertia multidões e socorria também os pobres que se achavam presos por causa de dívidas, geralmente vítimas da agiotagem.
A esses se dedicou tanto em suas visitas, que passaram até a ser chamadas de “o pão de São Galdino”: uma espécie de cesta básica material e espiritual. Foi uma grande força na luta contra os opressores.

Mas tudo isso era feito paralelamente ao trabalho político, pois no plano da diplomacia defendia seu povo e sua terra em tudo o que fosse preciso. Morreu no dia 18 de abril de 1176, justamente no instante em que fazia, no púlpito, um sermão inflamado contra os pecadores, os hereges, inimigos da Igreja, e os políticos, inimigos da cidade. Quando terminou o sermão emocionado, diante de um grande número de fiéis e religiosos, caiu morto de repente.
17.04.2012- TERÇA-FEIRA DA SEGUNDA SEMANA DA PÁSCOA:
Textos: Atos dos Apóstolos 4, 32-37/ Salmo 92/ Evangelho de João 3, 7b-15;
Caríssimos irmãos e irmãs: O Novo Testamento, especialmente aí, o livro dos Atos dos Apóstolos nos mostra como que a Palavra de Deus era anunciada com vigor e coragem nos primórdios do cristianismo. Havia um forte consenso entre os cristãos da origem da Igreja e eles viviam em comunhão solidária de vida espiritual, sentimental e material; partilhavam seus bens e ninguém passava necessidade alguma.
Quando celebramos a Páscoa de Jesus devemos realizar com sua ajuda a nossa páscoa também, isto é, realizarmos a passagem de uma sociedade injusta e violenta, em vários sentidos, para uma sociedade de justiça e de paz. Jesus, neste evangelho de hoje, em diálogo com o fariseu Nicodemos nos mostra a necessidade que temos de nascer do alto, ou seja, nascer pela graça do Espírito Santo: o nosso Batismo foi uma grande ajuda para realizarmos isso; agora falta nosso empenho cotidiano para crescermos na graça de Deus.
Jesus disse também que quando fosse levantado na cruz atrairia todos os crentes a eles, pois era assim quem realizaria nossa salvação por sua doação de vida. Se de fato fomos salvos por Jesus temos que demonstrar isso pelo nosso testemunho de vida engajada no seu seguimento coerente: isso importa nossa partilha de vida com os outros: doemos nosso tempo na escuta amiga dos angustiados que buscam um ombro amigo para chorar, talvez; nas visitas aos irmãos enfermos; no levar alimento, roupa, remédio aos carentes. Todos queremos a felicidade; mas ela só é possível acontecer quando aprendemos a partilhar nossa vida com os nossos semelhantes.
Santo Aniceto
17 de Abril
Seu Papado durou 11 anos. Isso no século II.

Deparou-se com a heresia do Gnosticismo, o racionalismo cristão, uma supervalorização do conhecimento, onde bastava isso para a Salvação. Com isso, os méritos de Cristo, os sacramentos e a graça do Senhor ficavam de lado.

Contou muito com a ajuda do filósofo cristão São Justino e do bispo Policarpo. Auxiliado por esses doutores e, com a graça de Deus, combateram esse racionalismo.

A fé e a razão são duas asas que nos levam para a Salvação, Jesus Cristo. Ele que é Caminho, Verdade e Vida. E a vida do santo de hoje demonstrou que aí está a fonte da felicidade.
− Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR].

sábado, 14 de abril de 2012

15.04.2012- 2º DOMINGO DA PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO:
TEXTOS: Atos dos apóstolos 4, 32-35/ Salmo 117/ Ev. De S. João 20, 19-31;
Caríssimos irmãos e irmãs: A primitiva comunidade cristã de Jerusalém constituiu-se como um arquétipo ou modelo de experiência socialista: mesmo que ao afirmar isso faça com que alguns torçam o nariz! Mas está aí no texto e só não entende quem não quer mesmo compreender (cf. VV. 34 e 35). A pergunta que fiz já em meu noviciado há tanto tempo foi esta: por que essa experiência não perdurou? E a resposta do meu mestre de noviciado veio súbita: porque “as coisas de Deus são difíceis”. O povo diria que tudo que é bom dura pouco... Amar não é tarefa fácil: se fosse fácil Jesus não precisava dar o mandamento novo do amor; mas amar importa no partilhar; eis aí um grande desafio! Partilhar coisas materiais e coisas espirituais. No fundo da questão está a fé ou sua falta, conforme S. João diz: “E esta é a vitória que venceu o mundo9: a nossa fé (1 Jo 5, 4). Também no evangelho João afirma que os muito sinais realizados por Jesus Ressuscitado “foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e, para que, crendo, tenhais a vida em seu nome” (Jo 20, 31).
Observamos um mundo violento ao nosso redor, cheio de crimes e mentiras e injustiças: a conclusão a que se chega é que o Espírito de Deus não está presente “nesse” mundo de tanta maldade porque a fé foi apagada de muitos corações.
O discípulo Tomé representa todos aqueles que custam a crer: exigem sinais. Quando chegam à luz da fé são capazes de fazer a mesma belíssima confissão: “Meu Senhor e meu Deus!”
 Jesus ressuscitado deixa como herança para os discípulos o dom da paz. E deixa-nos também seu mandato missionário junto com o Espírito Santo: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. “Vão perdoar os pecados”. A fé é uma visão interior e Jesus liga a ela uma bem-aventurança: “Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” A exigência do amor de Jesus é cumprir seus mandamentos.
O mundo é mentiroso porque não tem o Espírito de Jesus; o Espírito é a Verdade que liberta; como o mundo nega Jesus, vive, então, nas trevas da escravidão do pecado. Ao contrário aqueles que creem em Jesus se enchem de alegria porque Jesus se revela (aparece) a eles.
“Celebremos nossa páscoa na pureza e na verdade. Aleluia, aleluia!” Ligando nossa vida a Jesus Ressuscitado, Ele nos ilumina e faz co quem nossa vida se torne um exemplo para outros trilharem este Caminho que vai nos conduzir ao Pai porque Jesus mesmo se proclama o Caminho único que nos leva ao Pai!
−Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
[Pe. Celso Nilo Luchi, CR].