sexta-feira, 8 de março de 2013


Caríssimos irmãos e irmãs: (reflexão para o 4º domingo da quaresma):
Na nossa caminhada quaresmal rumo a santa páscoa, a Igreja nos apresenta este evangelho da   parábola do Pai misericordioso. Vejamos primeiro qual é o contexto em que Jesus conta tal parábola: Um grupo de fariseus e escribas criticava Jesus, pela atenção especial que ele dava aos marginalizados, muitas vezes tidos como “pecadores” pela sociedade de então. Jesus responde às críticas com três parábolas, as famosas parábolas da misericórdia, a saber da Ovelha, da moeda e do Pai misericordioso. Aqui Jesus revela para nós a grande bondade e misericórdia de Deus em favor do seu povo, especialmente dos pequenos e abandonados e excluídos.
 O filho mais jovem cansado da rotina na casa de um pai que lhe parecia rígido, decide partir  para longe levando sua porção da herança na mochila e vai dissipar seus bens numa vida dissoluta... Quando lhe sobrevém a desgraça, ensaia um discursozinho para conseguir tirar do pai a comida que lhe mataria a fome. Mas eis que o pai estava lá esperando pela volta do filho: o acolhe com abraços e beijos porque “é pai e não padrasto”. O filho mais velho, ao ver que o pai fazia festa pela volta do filho rebelde, tem uma crise de ciúme e inveja e não quer entrar para a festa.
Estamos diante de uma das páginas mais belas de todo o evangelho. Aqui em S. Lucas,  como já dissemos, faz parte das chamadas parábolas da misericórdia, sendo a mais importante.
 A liderança religiosa discutia a atitude de Jesus, porque se sentia incomodada com a atenção e o cuidado que ele dispensava aos pobres e pequenos. Então Jesus contou esta parábola para dar uma “cutucada” neles. O Deus de Jesus Cristo é sempre pronto ao perdão, ao acolhimento, à reconciliação; está sempre esperando a volta do pecador.
O pai desta parábola é imagem de Deus que acolhe e ama incondicionalmente; reparemos que o filho mais novo volta porque tem fome; ele não veio reconhecer o abandono da casa paterna e nem pedir perdão ao pai por ter-lhe magoado... Também o filho mais velho, apesar de ser obediente às ordens do pai, não consegue enxergar o irmão, isso é inveja. E hoje temos exemplos de uma religiosidade intimista de quem invoca Deus como Pai, sem, contudo, querer enxergar os outros, os mais carentes, como irmãos... Nossas comunidades ainda precisam superar certo legalismo dos que se “sentem” sempre na casa do Pai, mas não acolhem o outro que chega machucado e necessita de cuidados...
Que nesta quaresma, preparando-nos para celebrar a santa páscoa de nosso Senhor, façamos de nossa intimidade com o Pai, um compromisso de servir aos outros, sobretudo os mais necessitados de afeto, de carinho, de pão, de solidariedade, de remédios, etc. – Louvado seja n. s. Jesus Cristo! [ pe. Celso Nilo Luchi,cr].

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